Carros usados
“O mercado de usados está em alta”. Você já deve ter escutado essa frase diversas vezes nos últimos meses. Não é segredo para ninguém que diversos fatores econômicos – como o aumento no preço dos carros novos e a diminuição da oferta de crédito aos clientes – estão contribuindo para a queda nas vendas dos carros zero e fazendo com que muita gente olhe com mais carinho para o segmento de usados.
Mas, há quem tenha medo de investir dinheiro em um automóvel que já teve outros donos. E se ele tiver algum problema? Tem garantia da montadora? Como saber se estou pagando o preço justo? Para solucionar essas e outras dúvidas dos leitores, fizemos uma lista com algumas dicas infalíveis para quem está pensando em comprar um usado.
1 – EXIJA UM LAUDO TÉCNICO
Para não cair em uma cilada, é fundamental conhecer a procedência do carro. Uma das melhores maneiras de se fazer isso é obter um laudo de perícia, capaz de checar, por exemplo, a originalidade dos chassis e do motor, se o veículo já foi leiloado, se já teve algum mandado de busca e apreensão ou bloqueio judicial. “Não adianta o veículo ser lindo, maravilhoso, e ter um débito ou ser roubado”, alerta o proprietário da concessionária multimarcas Plaza Megastore, Rafael Francisco Gomes.
Veja, no fim da matéria, o site de algumas empresas que emitem esses laudos.
2 – CHEQUE TODA A DOCUMENTAÇÃO
Outro ponto que merece atenção: procure saber se o veículo foi submetido a todas as revisões da concessionária, indicadas no Manual de Garantia. “Em muitos casos, a garantia de fábrica está condicionada a essas revisões. Ou seja, se você comprar um carro que não tenha passado por todas essas vistorias, é bem capaz que esteja adquirindo um automóvel sem garantia”, ressalta Rafael.
Caso o negócio não esteja sendo feito em uma concessionária, é importante checar ainda se toda a documentação está correta, no nome da pessoa que está vendendo.
3 – ATENÇÃO ÀS ARMADILHAS
Com toda a papelada em dia, podemos partir para a próxima etapa: checar todo o estado de mecânica e funilaria do carro. Para isso, é importante contar com o apoio de um mecânico de sua confiança, que poderá ajudá-lo a identificar algumas armadilhas comuns nesse segmento. A principal delas é a quilometragem adulterada. “Nesse caso, um profissional pode dizer se o desgaste do carro é compatível com o que está marcando no velocímetro”, orienta Rafael. “Ele deve analisar o estado dos pneus, checar se todas as revisões foram feitas e perceber outros problemas, como cheiro de mofo ou parafusos enferrujados, que indicam que o carro já passou por uma enchente”, completa.
4 – CUIDADO COM OS MUITO VELHOS
Se a sua ideia é simplesmente comprar um veículo usado ou seminovo – e não entrar para um clube de carros antigos – preste atenção para o ano de fabricação do modelo. De acordo com Rafael Gomes, de maneira geral, quanto mais tempo de fabricação tem o carro, maior é o risco de dar problema. No entanto, ele alerta que há algumas marcas mais resistentes que outras. “Honda e Toyota, por exemplo, aguentam mais. Agora, marcas como Peugeot, Citroen, Renault, e alguns modelos da Fiat, não aguentam muito o desgaste e, nesses casos, não vale a pena comprar modelos muito antigos”.
Outra dica valiosa: procure saber se a garantia está ligada ao tempo de fabricação ou à quilometragem percorrida. “Se a pessoa comprar um carro que tem cinco anos de garantia independente da rodagem, tudo bem. Assim, se der problema, estará na garantia e a fábrica pagará. Agora, se comprar um que está com 80 mil quilômetros rodados e não tem garantia de fábrica, você corre um sério risco de gastar com manutenção”, alerta.
5 – NÃO SE ILUDA COM PARTICULARES
Aceitar de olhos fechados um negócio irrecusável, oferecido por alguém de sua inteira confiança. Por mais que você esteja encantado com as maravilhas dessa proposta tentadora, é importante não se iludir: as chances de algo dar errado existem. E não são pequenas. “Por mais que você conheça a pessoa, não sabe o que ela fez com o carro. Por isso, comprar em lojas é mais confiável, já que elas têm de dar garantia de motor e câmbio. Isso não acontece com particulares. Na loja, você tem como reclamar algum defeito”.